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Estudante do campus São Miguel Paulista participa de evento internacional de Modelo de Simulação da ONU nos EUA

  • Publicado: Segunda, 24 de Março de 2025, 10h36
  • Última atualização em Segunda, 24 de Março de 2025, 13h10

Deborah Vitoria dos Santos, estudante do curso técnico de Produção de Áudio e Vídeo integrado ao Ensino Médio do campus São Miguel Paulista do Instituto Federal de São Paulo, foi aprovada para representar o Brasil em uma simulação da ONU organizada pela Georgetown University, nos Estados Unidos.

 

Estudante Deborah dos Santos, do campus São Miguel, viaja para participar de evento internacional

 

Entre os dias 12 e 16 de fevereiro de 2025, a jovem representou os Institutos Federais, em especial o campus São Miguel Paulista, localizado na zona leste de São Paulo, em um dos maiores debates competitivos no modelo Organização das Nações Unidas do mundo - a North American Invitational Model United Nations (NAIMUN). Esse evento é organizado anualmente, desde 1963, pela Georgetown University em colaboração com a Associação de Relações Internacionais da universidade (GIRA). Trata-se de um modelo de debate competitivo chamado “simulação da ONU” ou “Model United Nations”, em inglês.

A prática de debates competitivos surgiu em 1927 entre estudantes da universidade de Harvard, que se reuniam e debatiam simulando as conferências da Liga das Nações, visando entender o trabalho dos países em resoluções de conflitos. Essa prática se expandiu pelo mundo todo até ser conhecida como “Simulação da ONU”, e a NAIMUN é uma das mais antigas. Em sua 62° edição, reuniu cerca de 3.300 jovens de diferentes países do mundo, que durante os dias de conferência assumiram o papel de diplomatas dos países-membros da Organização das Nações Unidas. Divididos em 41 comitês, assim como na ONU, debateram sobre questões globais como direitos das mulheres na Comissão do Status da Mulher, acesso à saúde na Organização Mundial da Saúde ou até mesmo conflitos militares internacionais no Conselho de Segurança.

O objetivo da iniciativa é estimular e desenvolver habilidades de liderança, trabalho em equipe, pensamento crítico, capacidade de desenvolver soluções efetivas para problemas da sociedade e, também, aproximar os participantes ao mais semelhante do cenário diplomático internacional real.

 “No dia a dia, nós não conseguimos ter noção do quanto as discussões e decisões tomadas entre os países dentro da Sede das Nações Unidas podem nos impactar, é algo muito distante da nossa realidade, mas participar de um evento desses, no qual os participantes têm a oportunidade de assumir exatamente esse papel, nos faz entender a complexidade de promover os direitos humanos e manter a paz, objetivos principais da ONU”, afirma a estudante. Ao se questionar sobre o  constante envolvimento de determinados países em guerras, a aluna afirma: “muitas vezes, os conflitos ocorrem porque os representantes dos países não conseguem entrar em consenso, não assinam um documento de resolução, simplesmente não querem abrir mão dos interesses de seu país ou tantas outras questões” - relata a estudante sobre as simulações da ONU.

 

A estudante em fente à Universidade de Georgetown

 

Fundada em 1789, em Washington, Distrito de Columbia, nos Estados Unidos, a Universidade de Georgetown é uma das mais renomadas do mundo e referência em cursos como relações internacionais, direito e política, já tendo formado figuras como Bill Clinton e atraindo estudantes da Índia, China, Itália, Etiópia e outros países de diversas regiões para sua simulação da ONU. Com edições anuais, os participantes devem estar no ensino médio, podem participar como parte de uma delegação (grupo) ou individualmente, exigindo um preparo linguístico (língua inglesa) e acadêmico, além da taxa de inscrição e outros custos como transporte e hospedagem para participantes internacionais.

 

Apoio do Instituto Federal

Por meio de um processo seletivo, a estudante foi selecionada para compor a única delegação de estudantes brasileiros da simulação. Ao longo do processo de estudos e preparação, enfrentou a dúvida se conseguiria representar o país na conferência pela falta de recursos financeiros, e buscou a ajuda do Instituto Federal de São Miguel Paulista que, em conjunto com a Reitoria, arcou com praticamente todos os custos da viagem, avaliados em mais de 10 mil reais, além de apoio burocrático à estudante.

 

A estudante em evento no campus São Miguel

 

“Através do Instituto Federal, tive acesso a uma educação extremamente humanizadora, que me moldou como cidadã, de fato. Fui incentivada a fazer mudança social para muito além da sala de aula. Acredito que ter cogitado pedir apoio para o IF sem pensar duas vezes é só um reflexo do acolhimento que sinto, das oportunidades de crescimento e o auxílio que essa Instituição me ofereceu desde o meu primeiro ano do ensino médio. Desde então, pude ser bolsista de projetos de extensão, participar de festivais, desenvolver um documentário sobre a história da educação na região. E agora, uma das mais importantes, ter realizado o sonho de viajar para o exterior e participar de um evento tão grande. Não tenho certeza se isso seria possível em outro cenário. O campus São Miguel Paulista do Instituto Federal é fruto de muita luta e desempenha um papel essencial de transformação através da educação na vida de jovens periféricos em uma região com tantos desafios sociais. Para nós, o IF é aquela esperança de que ‘existe espaço para nós’, justamente porque existe uma Instituição que nos apoia. Nossos alunos são medalhistas em Olimpíadas, autores de artigos científicos, participantes de intercâmbios, idealizadores de projetos renomados e ingressam nas melhores universidades do país… Esse é o resultado de uma educação que promove ciência e tecnologia. Eu sou um dos exemplos disso, mas, com certeza, não quero ser a única.”

 

Experiência Internacional

Para a estudante, ter participado dessa conferência foi, em suas palavras: “revolucionário”. Ocupou um espaço onde teve a oportunidade de se conectar com jovens do mundo inteiro e elaborar propostas de resolução de problemas sobre Acesso Equitativo à Saúde Feminina na Commission on the Status of Women (Comissão do Status da Mulher) - um dos maiores comitês da conferência com 80 duplas - onde debateu, em inglês.

 

A estudante durante o evento na Universidade de Georgetown

 

“Mesmo com os desafios, sinto que fizemos um ótimo trabalho! Nas palavras da mediadora do debate, apresentamos ‘propostas muito criativas’ e, sinceramente, acredito que isso tenha sido graças às nossas origens, por entendermos quais são as verdadeiras necessidades das mulheres que vivem em vulnerabilidade social. Nós vemos isso todos os dias. As aulas que tive durante o ensino médio, principalmente as de humanidades, também me deram uma base gigantesca e fomentaram esse interesse por política. Além da experiência inesquecível de conhecer outro país e diferentes culturas, criar amizades e aprender muito, voltei para casa muito feliz, sabe? Mesmo entre escolas tão grandes e jovens tão inteligentes, sinto que a educação dos Institutos Federais está no caminho certo porque, acima de tudo, me senti realmente capaz e preparada. Estou muito inspirada e desejo implementar esse tipo de debate no campus São Miguel Paulista, desejo que outros alunos daqui estejam lá nos próximos anos” - compartilhou Deborah, reafirmando a importância da educação no desenvolvimento da juventude.

 Saiba mais em: https://naimun.modelun.org/

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